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ACIDENTES AÉREOS HISTÓRICOS

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INTRODUÇÃO

DADOS INICIAIS

O AVIÃO

TRIPULAÇÃO

O VOO 697

O PILOTO HERÓI

ARTE A BORDO

TEORIAS

O BOEING 707

REPORTAGENS

JORNAIS

FONTES


 

Introdução

 

Um avião a jato sobrevoa o Oceano Pacífico em uma viagem de rotina realizada à noite. Sem qualquer sinal de aviso, ele para de se comunicar com a torre e desaparece sem deixar rastros. Nos dias seguintes as operações de busca não conseguem encontrar qualquer destroço.

 

O Boeing da Varig foi visto pela última vez em 30 de janeiro de 1979, logo após decolar de Tóquio, no Japão, com destino ao Rio de Janeiro. Até hoje o caso é considerado um dos maiores mistérios da aviação brasileira.

 


 

Dados iniciais sobre o acidente

 

Data: 30/01/1979

Hora: ?

Tipo da aeronave: Boeing 707-323C

Empresa aérea: Varig

Prefixo: PP-VLU

Número de série: 19235/519

Primeiro voo: 26.08.1966

Motores: 4 Pratt & Whitney JT3D-3B

Danos na aeronave: Desaparecida (presume-se perda total)

Voo: 026

Natureza do voo: transporte de carga

Tripulantes: 6

Passageiros: sem passageiros

Fatalidades: 6 (desaparecidos e nunca encontrados. Presumem-se mortos)

Partida: Aeroporto Internacional de Narita (NRT/RJAA), Tóquio, Japão

Destino: Aeroporto Internacional do Galeão (GIG/SBGL), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Local do acidente: Sobre o Oceano Pacífico, em local indeterminado

 


O avião PP-VLU

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O PP-VLU foi adquirido pela Varig da American Airlines em 31.08.1966, onde portava a matrícula N7562A.

 

O PP-VLU ainda sob as cores da American Airlines, sob prefixo N7562A, no Aeroporto de Filadélfia, nos EUA

Foto: Polaneczky Bob (jetphotos.net)

 

FotoFoto via aereo.jor.br

 


A tripulação

A tripulação do Boeing 707 Cargo era formada por seis homens:

Comandante Gilberto Araújo da Silva, piloto;

Comandante Erni Peixoto Mylius, 1º oficial;

2º oficial Antonio Brasileiro da Silva Neto; copiloto;

2.º oficial Evan Braga Saunders, copiloto;

José Severino Gusmão de Araújo, mecânico de voo;

Nícola Exposito, mecânico de voo.

 

Os tripulantes - Imagem: Reprodução da TV

Este foi também um dos raríssimos casos da aviação comercial mundial em que um piloto, o Comandante Gilberto, se envolveu em dois desastres aéreos com vítimas fatais. No anterior, o mesmo comandante sobrevivente do Voo Varig RG-820, que foi obrigado a fazer um pouso de emergência nas proximidades do Aeroporto de Orly, na França, em 1973, por um incêndio a bordo que matou 123 pessoas.

Seis meses depois do acidente, as famílias dos tripulantes receberam atestados de óbitos.


 

O voo 697

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Na noite de 30 de janeiro de 1979, o avião cargueiro Boeing 707 da brasileira Varig partiu do aeroporto de Narita, em Tóquio, rumo a Los Angeles.

Seis pessoas viajavam no avião, que transportava uma carga de 20 toneladas, entre ela estavam dezenas de quadros do pintor nipo-brasileiro Manabu Mabe (1924-1997), que acabara de exibi-los em uma exposição no Japão.

O comandante do voo era Gilberto Araújo da Silva, de 54 anos, um veterano da companhia, com 23.000 horas de voo. Ele era uma celebridade no meio da aviação, por ter comandado o trágico voo RG820 da Varig, que se incendiou em pleno ar em 1973 quando ia do Rio a Paris. Na ocasião, Araújo conseguiu fazer uma aterrissagem de emergência em um terreno nos arredores de Paris, evitando que o avião pudesse cair sobre áreas habitadas e salvando outros nove tripulantes e um passageiro (outros 123 ocupantes morreram, quase todos por sufocamento causado pela fumaça das chamas).

No caso do voo 967, Araújo deveria comandar a aeronave até uma escala em Los Angeles, onde a tripulação seria trocada. A partir daí o avião prosseguiria para o Rio de Janeiro. Até lá, além de Araújo, viajariam o piloto Erny Peixoto Myllius, os co-pilotos Antônio Brasileiro da Silva Neto e Evan Braga Saunders e os engenheiros de voo Nicola Espósito e Severino Gusmão Araújo.

O último contato com a torre de Tóquio ocorreu 22 minutos depois da decolagem. Depois,só houve silêncio. Um segundo contato previsto para uma hora depois do início do voo nunca ocorreu.

As buscas prosseguiram pelos oito dias seguintes, sem sucesso. Acionadas, forças japonesas e norte-americanas realizaram as buscas por meses, mas a aeronave jamais foi encontrada.

Trata-se, provavelmente, do maior mistério da aviação brasileira.

 


O piloto herói

 

Gilberto Araújo era detentor da Ordem do Mérito Aeronáutico e também fora condecorado na França pela manobra que realizou no subúrbio de Paris, em julho de 1973, quando pilotava outro Boeing 707. Na ocasião, o avião se aproximava de seu destino, o aeroporto de Orly. Mas com a aeronave em chamas, o comandante decidiu realizar o pouso em uma plantação para evitar um desastre maior.

O fogo havia surgido em um banheiro e se espalhado pelo material plástico que revestia internamente o avião. Cento e vinte e três passageiros morreram asfixiados, entre eles o senador Filinto Miller e o cantor Agostinho dos Santos. Só 11 pessoas sobreviveram.

O piloto sofreu ferimentos na cabeça e na coluna, fraturou duas vértebras e o maxilar. Ficou internado por 17 dias em Paris. Só voltou a pilotar em janeiro de 1974.

Em 31 de janeiro de 1979, a manchete que o jornal Folha de S.Paulo estampava em sua capa reconhecia a fama de Araújo: "Piloto herói de Orly desaparece no Pacífico com Boeing da Varig".

"Era um comandante muito experiente. Se não fosse ele [em Orly], poderia ter sido muito pior", afirma o comandante aposentado Zoroastro Ferreira Lima Filho, 83, colega de Araújo nos tempos da Varig.

 


Obras de arte a bordo

 

O avião decolou de Tóquio transportando 53 quadros do artista nipo-brasileiro Manabu Mabe. Avaliadas à época em US$ 1,2 milhão, as obras haviam sido expostas no Japão.

Cada tela tinha um seguro de US$ 10 mil, valor considerado abaixo do mercado pelo artista. O Boeing transportava as pinturas para o Rio de Janeiro. Outra tripulação assumiria a aeronave em Los Angeles.

 

Além das obras de arte, o avião carregava material eletrônico, aparelhos elétricos, peças para navios, peças para computadores, máquinas de costura, entre outros objetos. A carga pesava 20 toneladas.

 

Manabu Mabe (1924-1997) - Foto: Reprodução

 

Manabu Mabe, havia realizado uma grande exposição retrospectiva no Kumamoto Museum of Art, Kamakura Museum of Art e no National Museum of Art, em Osaka. A exposição foi um sucesso. Mabe ficou mudo quando seu secretário Yutaka Sanematsu o informou que os quadros da exposição tinham sido embarcados no voo da Varig que havia desaparecido.

 

O cargueiro 707 da Varig, partira de Narita, com o destino a Los Angeles e, em seguida, ao Brasil, transportando as obras mais importantes de sua carreira, sendo a maioria de sua propriedade, porém, cerca de 20 delas pertencentes a coleções de museus e particulares.

 

Foram perdidas cerca de 53 obras, entre elas as premiadas na V Bienal de São Paulo, “Pedaço de Luz” (abaixo), as obras da Bienal de Jovens de Paris, “Profeta I” e as da Bienal de Veneza. Além destas obras, expressivos trabalhos realizados no inicio de sua carreira também desapareceram.

 

"Pedaço de Luz" - Reprodução: Instituto Manabu Mabe

 

"Profeta I" - Reprodução: Enciclopédia Itaú de Artes Visuais

 

Passado o impacto, Mabe entrou em contato com os proprietários das obras desaparecidas, com exceção de um proprietário, todos foram solidários e disseram que não queriam dinheiro e sim uma outra obra.

 

Sendo assim, o artista prometeu a si mesmo que viveria mais trinta anos e pintaria tudo o que havia perdido.

 

Clique AQUI e saiba mais sobre Manabu Mabe.

 


Teorias sobre o desaparecimento do Boeing

Os investigadores concluíram na época que a aeronave caiu no Oceano Pacífico aproximadamente 45 minutos após a decolagem devido a uma despressurização.

Contudo, como sempre acontece nesses casos, várias teorias da conspiração foram formuladas para tentar explicar o sumiço do voo 967.

Uma hipótese levantada foi a de sequestro a mando de colecionadores de arte, pois a aeronave transportava obras valiosas no porão. Contudo, nenhum dos quadros apareceu até hoje.

Outra teoria foi a de que o Boeing teria sido abatido pelos soviéticos por supostamente estar transportando um caça russo MiG-25 da Força Aérea Soviética, que havia deserdado da base de Saharovka e pousado no aeroporto internacional de Hokkaido, no Japão, em 1976 (foto abaixo).

Há, ainda, quem afirme que, ao sobrevoar a costa da Rússia, o avião teria sido forçado a aterrissar e a tripulação tenha sido assassinada.

Foto via aerodream-fr.net

E, evidentemente, também existem as hipóteses de que a aeronave foi abduzida por extraterrestres ou atravessou um portal para outra dimensão.

Entretanto, entre as teorias mais plausíveis está a de que, após o avião da Varig alcançar a altitude de cruzeiro, a despressurização da cabine teria sufocado a tripulação.

Assim, eles teriam voado durante horas com o piloto automático até a aeronave ficar sem combustível e despencar em algum lugar muito distante das áreas nas quais as buscas foram conduzidas.
 

 

O Boeing 707

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O Boeing 707 foi um dos primeiros aviões comerciais a jato. Foi produzido pela Boeing, que com esse modelo, passou a ser a maior fabricante de aviões comerciais do mundo.

 

Este é o primeiro Boeing 367-80 (Dash 80) que foi o protótipo para o que se tornou o KC-135 e o Boeing 707

Foto: Boeing

 

Até a década de 1950, a Boeing era uma fabricante sem muito expressão, entre as muitas existentes nos Estados Unidos. Era conhecida apenas por suas aeronaves militares, e na verdade, o 707 nasceu como um projeto de nave de reabastecimento, conhecida como KC-135A.

 

O Boeing 707 foi o primeiro a ter grande sucesso de vendas, bem como a primeira aeronave série 7X7 da Boeing. O seu principal concorrente era o Douglas DC-8 da ex-maior fabricantes de aviões comerciais, a Douglas.

 

O DC-8 se mostrou um formidável concorrente, porém o Boeing 707 vendeu mais de mil unidades, vencendo a disputa entre as duas fabricantes.

 

Imagem: Aerospaceweb.org | Aircraft Museum

 

O 707 é um quadrijato, possuindo dois motores sob cada asa. A primeira linha aérea a operá-lo foi a Pan Am, realizando a rota Nova Iorque - Paris, em 26 de outubro de 1958.

 

O alcance do Boeing 707 é de aproximadamente 5.700 mn (10659 km), velocidade de cruzeiro de 815 km/h, e a capacidade de passageiros, de até 202 pessoas. O Boeing 737, o Boeing 727 e o Boeing 747 utilizaram muito da tecnologia do seu antecessor, e podem ser consideradas como descendentes diretos dele.

 

A produção do 707 começou em 1954 e terminou em 1978, embora as versões de uso militar tenham continuado em produção até 1991. A Boeing fabricou um total de 1.012 unidades do avião.

 

O Boeing 707-300, foi a versão de maior sucesso, com melhorias e novos motores.

 


Repercussão na imprensa

 
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Reportagem do Jornal Nacional sobre o desaparecimento em 1979


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Reportagem no Fantástico - 10 anos depois


Reprodução dos jornais da época

Reprodução: jornal Folha de S.Paulo, 31.01.1979

 

Reprodução: jornal Folha de S.Paulo, 01.02.1979

 

Reprodução: jornal Folha de S.Paulo, 01.02.1979

 

Reprodução: jornal Folha de S.Paulo, 06.02.1979

 


 

Fontes de pesquisa:

 

O Globo / Veja / ASN / Mega Curioso / UOL Notícias / Camisas & Manias / Wikipédia / Hangar do Vinna

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Texto final e edição de imagens por Jorge Tadeu da Silva

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